Observação de Aves na Maravalha, Cruzeiro do Sul

           O dia começou apresentando temperatura na casa dos 6º e com um pouco de neblina, principalmente próximo ao Rio Taquari e nas áreas mais baixas. Chegamos no interior de Cruzeiro do Sul, mais precisamente na localidade de Maravalha, por volta das 7h30min. Nossa intenção era percorrer um trajeto com cerca de 5km, por vezes de carro e outras vezes a pé.
          Estacionamos os carros logo depois do cemitério da localidade e ficamos observado por ali. Logo a bicharada começou a aparecer. Avistamos muitas espécies próximo a um laguinho. Dentre elas podemos destacar o Cyanoloxia glaucocaerulea (azulinho) que se exibiu demais pra gente, Pachyramphus viridis (caneleiro verde), Psittacara leucophthalmus (piriquitão maracanã) um bando com 17 indivíduos passaram voando pela gente, Pardirallus nigricans (saracura sanã) ficou se exibindo atravessando a rua.

Figura 1: Cyanoloxia glaucocaerulea (azulinho) dando show de exibição. Fotografia: Cleberton Bianchini.
           Ficamos por aproximadamente 40 minutos observado neste local. Durante esse tempo o sol ficou mais forte e começou a aquecer o esqueleto, dissipando a neblina que ainda restava ajudando a revelar um céu azul fantástico. Então, pegamos os carros e seguimos mais adiante, parando novamente na encruzilhada com a entrada da Cabanha Maufer. Deixamos os carros e percorremos mais um trecho a pé.
          Ali avistamos várias espécies em um figueira e uma arroeira vermelha que estavam frutificando. Também encontramos espécies relacionadas com áreas de banhado, como o Certhiaxis cinnamomeus (curutié), Polioptila dumicola (balança rabo de máscara) e a Schoeniophylax phryganophilus (bichoita) que foi o primeiro avistamento e registro fotográfico de alguns. Essa fulana é linda e tem um canto muito particular.
Figura 2: Schoeniophylax phryganophilus (bichoita). Fotografia: Cleberton Bianchini.
           Ficamos neste local por aproximadamente 40 minutos e depois seguimos mais dois km, em direção a oeste. Estávamos em dois carros, sendo eu e o Felipe em um e o Astor e o Morci em outro. Eu e o Felipe chegamos ao novo local, então o Felipe desceu e eu estacionei. Avistamos um indivíduo pousado no topo de uma árvore à cerca de 40 metros de onde estávamos. O indivíduo apresentava coloração preta em todo o corpo, com exceção das partes nuas e de um banda branca e do extremo da cauda, além de apresentar um porte ereto, esbelto e imponente. Certamente era um gavião, um grande gavião, um lindo gavião, um fantástico e maravilhoso gavião preto (Urubitinga urubitinga). A euforia tomou conta e o coração pulsou mais forte, como no primeiro avistamento de uma espécie. Ainda mais quando esta espécie é tão imponente quando comparada aos gaviões que estamos habituados a avistar na nossa região (Rupornis magnirostris, Milvago chimango e Milvago chimachima). Importa mais ainda, quando este avistamento representa o registro fotográfico de uma nova espécie para a região e para nossos registros pessoais. Certamente, só de avistar esta espécie já valeu a manhã fria. O fulano, acima mencionado, ficou por cerca de 5 minutos pousado neste local e nós ficamos por ali, admirados, observando. Infelizmente ele não vocalizou, mas isso não diminuiu em nada nosso sentimento de alegria.
Figura 3: Urubitinga urubitinga (gavião preto). Fotografia: Cleberton Bianchini.
          Ainda maravilhados com o avistamento anterior, andamos mais um pouco. Desta vez caminhamos na direção sul pois o Cleberton havia escutado uma vocalização diferente ao seus ouvidos. Andamos cerca de 100 metros e um bando de Cyanocorax chrysops (gralha picaça) atravessou a estrada. Uma semana antes o Cristiano Parissoto havia encontrado elas próximo ao local em que estávamos. Ficamos mas uma vez encantados com a graciosidade das fulanas e fizemos algumas fotografias.
Figura 4: Cyanocorax chrysops (gralha picaça). Fotografia: Astor Gabriel
           Durante a manhã fomos privilegiados com o avistamento de 80 espécies diferentes. Foi uma manhã fria mas bastante proveitosa. A lista completa das espécies observadas pode ser conferida aqui. Na figura 5 estão os participantes desta saída.
Figura 5: Participantes da passarinhada (da esquerda para a direita - Morci, Astor, Felipe e Cleberton). Fotografia: Felipe Kuhn
           Sair para observar aves é mesmo uma atividade prazerosa, instiga os sentidos e acalenta a alma. Obrigado amigos pela companhia. Nos vemos na próxima.....

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