Coa Vales no Parque Estadual do Tainhas.

Bela vista do Rio Tainhas com os campos ao fundo                                          Foto Gabriela Santos




      Dando continuidade aos nossos encontros mensais de observação de aves , e seguindo nossa agenda para 2018, que no mês de fevereiro ficou acertado uma visita ao belo P.E. do Tainhas. Parcialmente inserido nos municípios de São Francisco (20%), Jaquirana (69,8%) e Cambará (9,6%), na região dos campos de cima da serra, com vários tipos de paisagens como campos de altitude e floresta ombrófila mista, em que o Rio Tainhas forma corredeiras e um belo salto logo abaixo do famoso Passo do "S". Paisagens diversas que possibilitam encontrar espécies de aves aquáticas, de campo aberto e florestais.
   




Em pé da esquerda pra direita: Cleberton, Caio, Tafael, Morci, Irene e Astor. Agachados:  Alexandre , Tiago e Viviane.  Foto Gabriela

         Já no caminho antes de chegar ao parque, se iniciava a observação, algumas Seriemas estavam forrageando a beira da rodovia, possibilitando fotos.


   
 Seriema                Foto Morci Schmidt
 


       Seguimos agora em estrada secundária, paramos algumas vezes, e  nessas paradas fomos fotografando o que aparecia como um Gavião Caboclo ( Heterospizias  meridionalis) que passou voando sobre nós com uma desafortunada serpente no bico. 



Gavião-Caboclo                                                                     Foto Alexandre Picoli
     Em outra parada já em território  P.E. do Tainhas  encontramos alguns Caboclinhos-de-Barriga- Preta macho, o que era lifer para o amigo Caio Belleza. 
     Adiante e após a porteira de acesso a sede, mais fotos, mas agora da bela vista que se descortinava  do famoso Passo do "S", também ali encontramos um imponente Gavião-de-Rabo-Branco (Geranoaetus albicaudatus) empoleirado em uma Araucária. Chegamos a sede e nos alojamos e em seguida fomos em direção ao Passo do "S". Como se aproximava do meio dia , não foram observadas muitas espécies. Caminhamos a beira da mata ciliar entre a sede e a cascata, neste trajeto nos deparamos com algumas espécies: Borboletinha-do-mato, Bando de Marreca-Parda, Gavião- Caramujeiro, Curicacas, Socozinho, Pedreiro.




Gavião-Caramujeiro                     Foto Morci Schimidt
     No passo do "S" um João-Porca resolveu aparecer em um ambiente propício para esta espécie. Paramos alguns minutos para contemplar a imponente cachoeira, onde uma bando de João-Pobre com mais ou menos uns cinco indivíduos caçavam com voos  curtos e certeiros, bem no meio das corredeiras



                      Vista da Cascata pelo lado direito após o Passo do "S".                Foto Cleberton Bianchini



Cleberton, Alexandre, Caio, Tafael, Morci, Irene, Astor, Viviane e Tiago                                     Foto Gabriela Santos




                      Vista da Cascata pelo lado esquerdo.                                         Foto Gabriela Santos



            Retornamos a sede para lancharmos e descansar um pouco, após, se juntando a nós Eduardo Chiarani, que nos guiou até um banhado ao sul da sede. Falou um pouco sobre as espécies que estuda no local e espécies que poderíamos ou não encontrar naquele lugar. Não sei se por causa da época do ano, ou pelo fato de estar quente e em um horário onde as aves ficam mais reservadas, ou por ambos os fatores, só sei que elas não colaboraram muito conosco. Poucas espécies foram avistadas entre elas um casal de Noivinha-de-Rabo-Preto, bando de Chopim-do-Brejo, Tico-Tico-Banhado, uma esquiva Sanã-Vermelha deu as caras por alguns segundos, sem chance qualquer para foto, vocalizava bastante o que permitiu a gravação de sua voz. Contornamos o banhado e seguimos em direção a um morro com bastante afloramento rochoso. Em outa ocasião, Chiarani presenciou uma predação no local e nos contou  como foi esta história bem bacana em que só com muito trabalho de campo e sorte se presencia, duas espécies distintas com características marcantes foram observadas por ele. Um Falcão-de-Coleira com sua super visão predava um Bacurau-da-Telha que possui como principal característica a camuflagem, nessa batalha da natureza a visão aguçada do Rapinante prevaleceu sobre o  coitado do Bacurau que sobre as rochas fica quase invisível.....eu disse quase invisível. Já na outra face do morro, encontramos um banhado que em outros dias foram avistadas
a espécie Narcejão, mas nada do danado aparecer, quem deu as caras foi mesmo a prima dele, a Narceja. Dali fomos até um mirante com uma espetacular vista para o Rio Tainhas. Com o sol se pondo e já com aquele friozinho tipico do local  batendo nos retiramos.


Vista parcial do local                                                      Foto Gabriela Santos

Os campos de cima da serra                                                                 Foto Gabriela Santos      

        Já de noite, o jantar ficava por conta do Chef-Bianchini, um excelente e prático carreteiro, enquanto a janta era preparada, aquela conversa bem humorada corria solta. Depois do jantar tentamos algumas espécies noturnas por volta do local, sem muito sucesso.  Até chegamos a escutar uma Buraqueira e uma Corujinha do Mato, mas depois de tomar aquele susto de nosso "mui amigo" Chef-Bianchini, descobrimos que as vozes que escutávamos era ele mesmo reproduzindo em playback atrás de uma das janela. kkkkkkk! Vai ter volta!
      Depois de rir muito nos retiramos, a manhã de domingo prometia. Acordamos cedo, depois do café e com muita neblina, seguimos até as matas abaixo da cachoeira, chegando ao local e com a neblina já diminuindo, algumas espécies que apreciam aquele ambiente vocalizavam: Caneleiro-Preto, Grimpeiro, Grimpeirinho, Pula-Pula-Assobiador, Pica-Pau-Dourado entre outros. Na aflição de observar/fotografar o Tapaculo-Ferreirinho o grupo se separou após alguns atravessarem o rio, outros ficaram a espera, mas não por muito tempo, subimos eu a Gabriela e o Morci a encosta até o campo onde encontramos um extenso banhado, encontramos algumas espécies bem interessantes por ali que até fotos permitiram, o que foi bom, pois  no fim de semana foram poucas de aves. Fotografamos o Caboclinho-de-Barriga-preta e o Arredio-do-Gravatá específicos do ambiente

Nada escapa ao olhar do observador                                             Foto Alexandre Picoli



Arredio-do-Gravatá                               Foto Alexandre Picoli

Caboclinho-de-Barriga-Preta macho                  Foto Alexandre Picoli                 
        Os integrantes que seguiram no encontro do tapaculo ferreirinho (Scytalopus pachecoi) seguiram até outro lado do rio, na base de uma pequena encosta. O fulano cantava respondendo ao playback, enquanto fazíamos umas gravações e seguimos sempre mais perto. Esperamos por cerca de 30 minutos até ele aparecer. Neste primeiro momento, sem chance para fotografia. Enquanto que três pessoas tentavam fotografar um indivíduo, outro começou a vocalizar bem perto estando em uma área mais limpa. Permitiu algumas fotos. Foi uma alegria imensa encontrar esta espécie, mais ainda poder fotografá-la.

Tapaculo fereirinho                  Foto Cleberton Bianchini   

        Nos encontramos mais tarde no Passo do "S", alguns do grupo resolveram atravessar, o que foi uma grande ideia, além de um angulo de vista diferente, pois estávamos sobre o rio, de lambuja ainda observamos algumas Curicacas, Pernilongo-de-Costas-Brancas, João-Pobre, Marreca-Parda e já na outra margem um bando de Sabiá-do-Banhado.




Espécie que aprecia e é facilmente encontrada em cachoeiras. 


Casal de Curicaca se alimentava junto ao Passo do "S"                 Foto Alexandre Picoli

Simpático casal de Marreca-Parda                                                           Foto Alexandre Picoli

Sabiá-do-Banhado adulto                                     Foto Alexandre Picoli

Sabiá-do-Banhado jovem                                              Foto Alexandre Picoli

Outro simpático casal agora de observadores de aves                            Foto Alexandre Picoli

Mais um casal de simpáticos observadores, obrigado pela presença.                                              Foto Gabriela Santos


         Como o grupo tinha se dispersado, alguns como o amigo Caio que veio de Bagé, já pegava o longo caminho de volta, e do mirante da cachoeira de onde estávamos ao longe nos despedíamos. 
E logo após, de volta a sede  pelo meio dia nos preparamos para volta


Valeu Caio pela presença                       Foto Alexandre Picoli
         O P.E. do Tainhas, com suas belas paisagens,  proporciona aos seus visitantes sentimentos incríveis, como o Passo e sua linda cachoeira. Isso nos leva a pensar que enquanto estamos a procura de nossos objetivos, que nesse caso são aves, em certas vezes esse mesmos objetivos ficam em segundo plano. Imagino eu, que isso tudo só nos enriquece pois além de observar aves conhecemos muitos lugares que se não fosse por isso nunca conheceríamos, ainda mais com grandes amigos como nesse caso.
        Ficamos muito felizes em conhecer o P.E. do Tainhas, em virtude de suas paisagens cinematográficas, e também das espécies de aves que encontramos por lá. Isso nos remete a importância de termos Parques e de poder visita-los. Obrigado aos amigos pela companhia e também ao P.E. do Tainhas pela oportunidade de visitação.
        As espécies observadas podem ser conferidas na lista do sábado e na lista do domingo.

Até a próxima amigos.

Comentários

  1. Mais um belo relato da saída do nosso COA, Alexandre. Nosso agradecimento pela dedicação. Agradecemos também ao Chiarani pela especial atenção a nós dispensada, fornecendo informações importantes do parque e suas espécies.

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  2. As histórias de observação do Chiarani enriqueceram nossa saída. Obrigado pelo incentivo e pela companhia Morci.

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  3. Bah, que belo lugar. Parabens a todos do grupo!

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    1. Pedro se ainda não conhece o P.E. do Tainhas recomendo. Obrigado pela visita.

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  4. Obrigado Caio, serás sempre bem vindo! Ainda mais depois do tratamento que recebemos lá pelas bandas de Bagé a algum tempo atrás.

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