Encontro anual do COA Vales em Sete Léguas, Boqueirão do Leão/RS

Vista de cima da cachoeira com o Perau da Nega ao fundo                            Foto: Gabriela Santos
 
            Primeiramente queria parabenizar o grupo pela grande participação em nossa última saída, ao todo foram 15 integrantes, e mesmo com a trilha pesada, distância e demais obstáculos tivemos um belo final de semana. Parabéns pessoal!
            O local visitado desta vez foi a área da família Knipoff no entorno do Perau da Nega, ponto turístico bem famoso do município de Boqueirão do Leão, no Vale do Rio Pardo. Local este que possui relevo bastante acidentado em sua maioria e vegetação bem preservada em diversos locais, e que por tal motivo estuda-se a criação de uma unidade de conservação local, nisso tudo se encaixa o Coa Vales, que com suas listas de observação da avifauna colabora para que a possível unidade vire realidade. Um dos melhores, se não o melhor, locais para observação de aves entre as duas regiões ( Vale do Rio Pardo e Taquari).
          No primeiro dia, sábado, todos reunidos no local e já ansiosos para iniciarmos a trilha, e sabendo que possivelmente iríamos encontrar alguma espécie mais relevante, o que aguçava nossa imaginação ainda mais. Já no parque de rodeios local onde tudo se iniciaria, já aparecia algumas espécies como Nei-Nei, Anambé-de-Bochecha-Parda ...




Anambé-de-Bochecha-Parda                                            Foto Alexandre Picoli



        Já na trilha vocalizavam várias espécies e a de maior destaque foi o Surucuá-de-Barriga-Amarela, que infelizmente não se deixou fotografar, essa foi a espécie mais importante para que começássemos a explorar a região, já que se tinha relatos de sua presença bem antes de nossas incursões ao local. Outro que mais adiante deu as caras foi o Arapaçú-de-Bico-Torto junto a um bambuzal, o que surpreendeu o grupo, já que foi o primeiro registro da espécie para o local. Vários outros em bando misto se apresentaram nas copas das árvore: Tiês, Verdinho-Coroado, Saíra-de-Papo-Preto e muitos outros.



Arapaçu-de-Bico-Torto.         Foto: André Picoli


 Ponto da trilha onde encontramos o Arapaçu-de-Bico-Torto           Foto: Gabriela Santos


Surucuá-de-Barriga-Amarela /Fêmea  Imagem feita na mesma trilha em outra ocasião Foto: Alexandre Picoli

Surucuá-de-Barriga-Amarela/macho                        Foto: Alexandre Picoli
   

          Paramos em uma espécie de campina no meio da mata para lancharmos e aproveitar para observar alguns rapinantes, acho que por causa do horário e condições do tempo, estava nublado e com um pouco de serração, apenas alguns rapinantes e um jovem Azulão se apresentaram. Seguimos depois do lanche, entre uma conversa e outra, algumas espécies e aparentemente uma mata bem preservada. Chegamos a outra campina, está bem maior e logo a frente um casal de Bem-Te-Vi-Pirata agitava o local, junto a eles haviam outras espécies como a Maria-Preta-de-Bico-Azulado e um casal de Caneleiro-Preto. Depois de alguns minutos observando o comportamento das espécies resolvemos retornar dali. Já na volta, como a trilha estava molhada e escorregadia, o cansaço apareceu e a fome junto, o pensamento já estava na carne assada que mais tarde seria nossa janta.




Campina                                            Foto: Gabriela Santos



Jovem Azulão           Foto: Alexandre Picoli

Bem-Te-Vi-Pirata                                      Foto: Alexandre Picoli

        Já no parque municipal, preparamos o local do churrasco tudo no improviso, e pelo fato de estarmos em parque de rodeios ficou tudo mais campeiro. Satisfeito com a janta se aproximava a hora da corujada, logo de cara, poucos metros mata a dentro um Uru dava seu último aviso do dia e deixava bem claro que aquele território tinha dono, foi muito legal escutar a espécie pela primeira vez. Logo depois apareceu a primeira coruja, Corujinha-do-Sul, em seguida um casal de Corujinha- do-Mato e permitiram que todos fotografassem. A noite se apresentava com plena escuridão e para deixar tudo mais perfeito do alto se escutou um lamento meio entristecido, um casal de Mãe-da-Lua resolveu  deixar a noite escura com um ar ainda mais misterioso. E com os lamentos da Mãe-da-Lua se encerrava nossa passarinhada do dia.




Mãe-da-Lua                                                                 Foto: Alexandre Picoli



Corujinha-do-Mato                     Foto: Alexandre Picoli

Local da confraternização                        Foto: Rafael Ritter

Corujinha-do-Sul .        Foto: Alexandre Picoli


                       No dia seguinte cedo da manhã, nos encaminhamos para trilha nas proximidades do Perau da Nega. Reza a lenda que século atrás uma escrava em fuga  pulou para sua liberdade quando se viu entre o perau e seu escravizador, por isso do nome. Lendas a parte seguimos a trilha logo depois de apreciarmos a queda d'água, pena que poucas espécies foram vistas, acho que pelo barulho da cascata ou não vocalizavam mesmo. Realizamos a volta, cruzamos o rio várias vezes até chegarmos ao local de partida só que pela parte de baixo da cascata. Segundo dia foi mais aventura que observação,  as duas coisas andam lado a lado então tá tudo certo. Dali seguimos até um restaurante na cidade, almoçamos e fizemos uma breve reunião para planejarmos as saídas para o ano que se iniciava.





Vista parcial do perau                            Foto: Gabriela Santos

Cachoeira junto ao perau                                             Foto: Gabriela Santos

 Aproveitamos bem os dois dias, revemos amigos que a muito não víamos como o Samuel Oliveira, que estava passando férias e com pouco tempo que tinha ainda participou da saída pela parte da manhã de sábado e volta para seus estudos no EUA/México, também fizemos novas amizades como o casal Mateus Lorenzon e Isabel Spaniol que saíram conosco pela primeira vez, teve também o amigo Ricardo Lau  e sua família, Cristina Felicio e seu filho Muriel que com pouca idade já acompanha os pais nessas aventuras.  Como dito a  saída teve uma grande adesão, e de novo agradeço a todos os participantes.
        As espécies de destaque da saída ficaram por conta do Arapaçu-de-Bico-Torto e do Uru. A lista da espécies observadas você encontra aqui. Até a próxima!
   

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